São João

24-06-2016- Sexta Feira. l9 graus IN.7,37 hs.
   São João, que junto com Antonio e Pedro formam o tríduo das festas juninas tradicionais.
O tempo, a correria dos tempos atuais vão desvanecendo o encantamento, a vibração que tais festas tinham em tempos mais amenos, mais singelos, de poucas outras distrações. Era festa de profundo sentido religioso, cada pessoa com maior ou menor devoção por cada santo, todos reverenciados e comemorados.
   As festas sempre iniciadas com rezas. Terço rezado, <tirado> pela pessoa mais devota, respondido por todos com profundo respeito, rostos contritos, crianças caladas, velas acesas. Era um momento especial que antecedia a explosão da comemoração com fogos de artifício, fogueira acesa, mastro erguido com o quadro do Santo enfeitado com papel colorido, limões china espetados no varão e cipó de São João, amarelo-vivo dando o toque especial.
   Era uma noite mágica. Ver a sorte, o futuro marido no copo dágua com clara de ovo, pelas donzelas sonhando, dançar a quadrilha em festa mais briosa, risos, cantoria, contar <causos>. Mais pro fim dos festejos, pular a fogueira, andar de pés descalços sobre brasas, façanha feita por alguma pessoa de pés com calosidade bem grossa.
     Quantos namoros começavam nestas ocasiões que a noite ficava bem clara, quente, risonha em contraste com época de muito trabalho e seriedade. Que beleza olhar as estrelas, o céu noturno brasileiro com a Via Lactea como braseiro especial. Ah, minha infância, minha mocidade, ah, a fazenda Garrafão, do vôvo Zeca Soares. Meu córrego fundo das festas de São Pedro..
        Como teima em não morrer dentro de mim este mineirinho moreno!...dos anos cinquenta ,até hoje sete décadas depois.
      E Viva São João. VIVOOOO!
Jovem cuidado, não pise nas brasas, olhe onde pisa.