sábado, 3 de setembro de 2016

Foi-se Lady Julia

3-9-16. Esquentou - 21 - Sábado.
PERDA IRREPARÁVEL: morreu tia Julia Barbosa, no Glória. Ausente da cidade não pude participar do seu sepultamento no Glória. Teria que ter estado lá e feito o mais belo discurso da minha vida. A morte dela está no mesmo nível da morte de minha mãe. Tão boa quanta ela. O máximo que posso homenagear uma pessoa é chamá-la de LADY. Minha querida tia Julia é um capítulo a parte na minha vida. A melhor pessoa que conheci nesta vida. Era ela o parâmetro da família, a referência principal. Era daquelas pessoas querida por todos. A primeira a chegar na hora da precisão de qualquer parente. Aquela que recebe a todos com carinho, atenção, sempre oferecendo um cafezinho com suas quitandas <DIVINAS>, seu sorriso, sua atenção mais carinhosa. Adoçava a voz quando oferecia qualquer quitute, passando a impressão de que está feliz de nos servir aquilo que sabe que é  do nosso gosto, com aquele geitinho gostoso de mãe, de pessoa que te quer bem.
  Ah, que falta já nos faz tia Julia!
Com ela aprendi o valor de família. Vivi o que quer dizer amor ao próximo.Há tempos percebi sua grandeza de alma ao lembrar, analisando, como ela tratava a mim, casado com sua sobrinha Marilda, recem-chegado ao Glória, com um jeito esquisito, diferente do usual do lugar, roupas esquisitas Calãs listrada de várias cores, blusa da faculdade com o desenho de uma enorme coruja). Fiz amizade com os meus alunos do ginásio e eles zombavam das roupas diferentes. Vejo a grandeza de tia Julia recebendo este cara magrelo, esquisito, falando e agindo de uma maneira desconhecida, zombeteiro, brincalhão, e no entanto ela me recebeu com amor, com amizade, extrema bondade e fidalguia só porque eu era marido da sua sobrinha.Tem que ser um espírito muito superior para aceitar o estranho no ninho com a única qualidade visível de ser parente, agora.
   Que ser bondoso, especial, minha tia Julia que aprendi a amar e tentar ser igual a ela na bondade incondicional com os familiares. Que desafio.
   Nossa chegada causava um frenesi de bondade, atenções, mimos, beijos e abraços. Nossos filhos tiveram no Glória magníficos dias de lazer, prazer, folguedos. Não me esqueço delas, só de shorts, brincando nos montes de areia da construção da enorme Igreja Matriz. As fotos são relíquias.
   Ah, tia Julia, eterna lembrança de bondade... lágrimas de saudade. Festa no céu com Dinha Nenzinha, seu Cassiano, Lourdes, Marilda, etc. Inveja de voces por terem nossa preciosa Lady, Rainha, queridíssima Tia Julia.
   Morreu o melhor do Glória. Ficamos todos mais pobres.
   CUM-DEUS-AÍ, Julinha do coração. Adeus!

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