sábado, 9 de abril de 2016

Injustiça... como doi !9-4-16

Cada pessoa tem suas características de personalidade, seu <jeitão> de ser. A psicologia chama isto de SOMBRA, ou seja o que você projeta nos outros, como você é percebido em sociedade. Todos nós com nossas virtudes ensinadas pelos pais e com nossas imperfeições  inevitáveis de seres humanos. Falíveis somos, estes <cadáveres ambulantes que procriam> como definidos  pelo grande vate português Pessoa. Uma das maiores broncas que tenho é com o que é injusto, geralmente fruto do egoísmo extremo, pessoas que só pensam no seu lucro, na sua satisfação e que se dane o outro. Certa vez, eu era muito jovem, acredito que foi a primeira vez que viajei sozinho, sem ser na companhia dos pais como era exigido de rapazinho muito novo, fui a uma capital. Marinheiro de primeira viagem, inexperiente, com dinheirinho curto, hospedei-me na casa do amigo que me convidara para conhecer sua casa, ele recém-mudado de Passos. Sua mãe, uma senhora simples, mineira maravilhosa ao receber, também insistira muito para eu visitá-los. Ela foi uma fidalga ao hospedar-me. Lembro-me até hoje de uma garrafa encapada com palha, de vinho branco, chamado São Roque que degustei cada dia com a geladeira franqueada por ela para meu deleite. Eu devia ter menos de vinte anos, raramente bebia e degustar aquele vinho vendo a televisão preto e branco, coisa que não existia em Passos ainda, era uma AVENTURA.Ah, a maravilha das descobertas da mocidade. Que saudades do meu tempo de moço, quão rápida passou...
    Havia uma cidade famosa ali perto, menos de uma hora de ônibus  e eu endoidei de vontade de conhecê-la. O amigo não estava nem aí, me disse que já conhecia-a, não tinha interesse em ir comigo, mostrar o caminho. Para convencê-lo ofereci pagar sua passagem. Aceitou, é claro. Fomos. Temeroso de perder o dinheiro que eu tinha, para garantir minha volta a Passos de ônibus, mostrei para ele o dinheiro que estava guardando na gaveta, no quarto da casa dele. Deslumbrei-me com a cidade e endoidei com os souvenirs à venda, super baratos, que seria uma lembrança daquela importante primeira viagem, que eu poderia mostrar para os amigos quando fosse contar as maravilhas que eu vivia. Deveria custar um real. Eu tinha o dinheiro na casa dele. Ele sabia. Pedi-lhe emprestado. ELE NEGOU. Meu Deus do céu como aquilo me magoou, que decepção. Que vergonha eu sentia pra ele.
Eu nunca tinha visto gente assim e nunca mais vi outro igual, graças a Deus. Nunca mais falei com ele, é claro. Até hoje nas minhas orações continuo pedindo a Deus me conceder a glória de perdoar.
Como acho difícil aceitar o egoísmo estéril. Que Deus me aqjude

Nenhum comentário:

Postar um comentário